A política da natureza brasileira em “A ilha da maré”, de Manuel Botelho de Oliveira

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Adriana de Fátima Barbosa Araújo

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Ponencias
Araújo, A. (2017). A política da natureza brasileira em “A ilha da maré”, de Manuel Botelho de Oliveira. Comunicaciones En Humanidades, (4), 33-38. Recuperado a partir de http://revistas2.umce.cl/index.php/Comunicaciones/article/view/711
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Resumen

Resumo: No poema “A Ilha da maré” (1705), de Manuel Botelho de Oliveira, encontramos à primeira vista uma descrição da natureza brasileira como sendo maior e melhor que a de Portugal, Holanda e China – é uma descrição maravilhada pelo novo mundo – na linha de textos inaugurais do Brasil na literatura como a Carta, de Pero Vaz de Caminha, ou as de Américo Vespúcio. A descrição engrandece o Brasil, mas não passa do limite do que podia a colônia em relação a sua metrópole. O que chama atenção é que nos versos são encarnadas palavras como lucro, liberal e mais-valia e essas palavras aparecem nas descrições como elementos associados às características naturais dos frutos e vegetais brasileiros. Nessa relação natureza-economia, o poema culmina na afirmação dos quatro “AA” que compõem o Brasil: águas, ares, arvoredos e açúcar. No poema, a mercadoria açúcar aparece não como produto de cruéis relações de produção baseadas na exploração do braço escravizado e ao custo do desgaste intenso e desmedido da terra. Que sentido tem isso no poema? Que efeito isso gera no leitor? Esta comunicação pretende estudar por meio das relações entre a estética e a política, o modo como está configurada a dialética entre a autonomia do texto literário e sua conexão com a vida social.



Abstract: In the poem “A ilha da Maré”, from Manuel Botelho de Oliveira, at first sight one finds a description of brazilian nature as something better and bigger than everything that existed in Portugal, Netherlands and China – it is a description amazed by the new world – on the path of inaugural texts of Brazil in literature, such as Pero Vaz de Caminha's Letter or those from Américo Vespúcio. The description exalts Brazil up to the point of what a colony could do before its metropolis. What does draw attention is that verses embodies words such as profit, liberal and suplus value as elements related to the natural characteristics of brazilian fruits and vegetables. Considering the relation in between nature-economy, the text culminates with the statement of the four “AA” in which Brazil is made of (words in Portuguese than in English): águas (water), ares (winds), arvoredos (a grove of trees), açúcar (sugar). In the poem, the merchandise sugar is showed not as a product of the cruel exploitation of slaved arms nor from the cost of the intense and huge land waste. What does it mean in the poem? What is the effect on the reader? This work intends to study, throughout the relations in between esthetics and politics in the poem, the dialectics in between literary text autonomy and its connection with social life.