Memória e identidade na poesia latinoamericana: poéticas da resistência de Casaldáliga e Cardenal

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Rosana Rodrigues da Silva

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Ponencias
Silva, R. (2017). Memória e identidade na poesia latinoamericana: poéticas da resistência de Casaldáliga e Cardenal. Comunicaciones En Humanidades, (4), 371-382. Recuperado a partir de http://revistas2.umce.cl/index.php/Comunicaciones/article/view/752
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Resumen

Resumo: Neste trabalho, estudamos a poética de dois autores, sacerdotes e poetas, que atuaram em contexto de ditadura nas Américas: dom Pedro Casaldáliga e Ernesto Cardenal. A leitura comparada pretende mostrar as influências políticas e religiosas na criação literária desses dois poetas, no contexto da América Latina, reconhecendo no diálogo entre as culturas a reconstituição de uma memória coletiva, atualizada no simbolismo do imaginário religioso e indígena, ao passo que demarca uma identidade única, de resistência e alteridade dos povos oprimidos. Dom Pedro Casaldáliga (1928-), ao engajar-se nas causas dos povos indígenas e marginalizados da região de Mato Grosso, no Brasil, constrói obras que absorvem elementos da cultura brasileira, exemplificando os princípios do pensamento teológico filosófico libertador. Ernesto Cardenal (1925-), na evocação da memória indígena e nicaraguense, atualiza uma poética de tradições culturais religiosas, que sai do catolicismo conservador, para dar voz à cultura ameríndia. Nessa recriação, ao mesmo tempo mítica e libertadora, se reconhece a cultura da resistência que marca a identidade cultural e pós-colonial, exemplificada pela obra dos dois autores.


Abstract: In this work, we studied the poetry of two authors, poets and priests, who acted in the context of dictatorship in the Americas: Don Pedro Casaldáliga and Ernesto Cardenal. The comparative reading intends to show the political and religious influences in the literary creation of these two poets, in the context of Latin America, recognizing in the dialogue between cultures the reconstitution of a collective memory, updated in the religious symbolism and indigenous imaginary, whereas it marks a unique identity, otherness and resistance of oppressed peoples. Dom Pedro Casaldáliga (1928-),engaging in the causes of indigenous and marginalized people of the region of Mato Grosso, Brazil, builds works that absorb elements of Brazilian culture, exemplifying the principles of philosophical theological liberating thought. Ernesto Cardenal (1925-), in the evocation of the Indian and Nicaraguan memory, updates a poetics ofreligious cultural traditions, coming out of conservative Catholicism, to give voice to the Amerindian culture. In this recreation, at the same time mythical and liberating, it is recognized the culture of resistance that marks the cultural and post-colonial identity, illustrated by the work of the two authors.